Voltando de Noronha para Natal





VOLTANDO DE NORONHA
 PARA NATAL

Depois de algum tempo sumido do blog volto com o relato da FENAT 2014 (Noronha – Natal).
Depois de uma semana maravilhosa no paraíso chamado Noronha, começamos a nos preparar para voltar ao Continente, para ser mais claro, voltar para Natal participando da FENAT 2014.


Durante a semana que estivemos em Noronha ficamos a bordo do veleiro Talento do amigo Pedro, um barco MJ 38 muito confortável. No decorrer da semana estávamos sempre de olho na previsão do tempo, pois todas as voltas para Natal nos últimos 4 anos não foram nada fáceis.


A previsão era muito boa, com mar calmo e vento E de 17 nós.
Na sexta pela manhã, eu e meu amigo Odilon, embarcamos no Veleiro Bepaluhê do nossa amigo Paulo e de sua esposa Elisabeth, onde voltaríamos para Natal.
Ainda na sexta abastecemos o Bepaluhê com água doce e completamos os tanques de diesel e voltamos para terra para aproveitar o último dia em Noronha.
Como todos vocês já sabem o Bepaluhê é um 41 pés de alumínio projeto cabinho com quilha retrátil, uma maravilha de barco.
Acordamos cedo no sábado e aproveitamos para dar uma geral no convés e logo estávamos bordejando pela enseada de Santo Antônio esperando a hora da largada.


Às 09:10 foi dada a largada e como estava previsto ao passarmos pela ponta da sapata o 

mar estava bom e o vento também. O Bepaluhê navegada a 6/7 nós rumo a Natal, uma beleza de velejada.
Por volta do meio dia notamos que o mar deu uma boa crescida e o vento já passava da casa dos 20 nós. Com o passar do tempo o vento foi aumentando e o mar, de comum acordo com ele, foi crescendo, chegando fácil aos 3m. O Comandante Paulo decidiu colocar um rizo na grande e o barco ficou mais controlado e o vento seguia aumentando.
Pelo rádio começamos a escutar o menor monocasco da regata um Velamar 28 que começava a ter dificuldades devido ao mar alto e os fortes ventos. Eu conhecia o seu comandante e como já tinha participado dessa regata com o Intuição dei a dica para ele sair pela madrugada para chegar de dia em natal, pois se saísse junto com os grandes, fatalmente chegaria à noite em Natal.


O Velamar 28 é um barco muito bom, mas alguns detalhes deixaram de ser seguidos, como por exemplo, a vela mestra, que apesar de nova só tinha um rizo e isso foi fundamental para o sofrimento do barco e sua tripulação.
A tripulação do Velamar informou ao navio da Marinha que estava com muitas dificuldades de timonear o barco, pois as ondas estavam bem de través e adernava muito o barco.
Como nessa região o mar é bastante desconcentrado, tudo vira uma máquina de lavar e timonear fica complicado, principalmente naquelas condições de vento acima dos 28 nós, chegando a 32.
A noite foi bastante mexida, pois o vento apertou ainda mais, passando dos 30 nós. O Bepaluhê não tomava conhecimento e seguia firme rumo à Natal.


Na madrugada, o navio patrulha da marinha se aproximou do Velamar 28 e sempre mantinha contato com sua tripulação, motivando e incentivando a tripulação na dura missão de velejar naquele marzão de Deus.
A tripulação do navio da marinha está de parabéns, um trabalho fantástico, como é bom navegar com eles por perto.
Ao amanhecer, o mar continuou duro e o vento acima dos 30. Ficava imaginando como devia estar os veleiros que foram direto para Recife ou Salvador estavam pegando esse mar  e esse ventão de proa.

Não foi à toa que vários barcos chegaram quebrados e alguns com avarias sérias no porto do Recife.
Nosso GPS já dava a chegada em Natal para às 17:00. Durante todo o dia o mar ficou como estava e o vento sempre acima dos 28 nós. Chegamos em Natal ás 17:40. Fundeamos no Rio Potengi e corremos para a Churrascaria para comemorar mais uma travessia bem sucedida.



O Comandante Paulo e sua esposa vão desembarcar aqui em Natal e, eu e o Odilon, vamos seguir no Bepaluhê até Paraty, no Rio de Janeiro.
Agora é esperar uma janela do tempo para descer para Recife ou Maceió.
Obrigado ao nosso amigo e comandante Paulo pela confiança em nós depositada. Em breve o Bepaluhê estará descansando nas águas calmas da Baia de Paraty. (Chegou em segurança final de Novembro). Depois conto como foi toda a descida.





Sim, o Velamar 28 chegou em segurança e sem nada quebrado. Tiveram que baixar as velas e seguir no motor, com um pedacinho de genoa aberta, pois com aquele vento e com apenas uma forra de rizo na mestra timonear o barco com segurança ficaria muito difícil.



Abraço a todos,

Chagas Veleiro Intuição

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

LIQUIDIFICADOR SEM ENERGIA ELÉTRICA

TROCANDO O MOTOR DO INTUIÇÃO

LEME DE FORTUNA